Direito e Economia

4ª Temporada

Autonomia do Banco Central a partir do perfil dos seus dirigentes, com Adriano Codato e Mateus de Albuquerque

No episódio, Ana Frazão entrevista Adriano Codato, Professor de CIência Política da UFPR, e Mateus de Albuquerque, Analista de Tendências Politicas e Econômicas e Doutor em Ciência Política pela UFPR, ambos organizadores e co-autores do livro “Os mandarins da economia: presidentes e diretores do Banco Central do Brasil”, no qual mapeiam os perfis dos presidentes e diretores do BACEN para entenderem como a sua formação e origem, bem como os seus destinos após os cargos, aí incluído o problema das portas giratórias, podem influenciar na condução da política macroeconômica brasileira.

Na conversa, os autores explicam o que são as elites, como estudá-las e em que medida o acesso a cargos públicos estratégicos é fundamental para o exercício do poder. Entrando no objeto do livro, os autores mostram, dentre outras questões, que um perfil ortodoxo aumenta em até 11 vezes as chances de ocupar diretorias do BACEN, assim como o fato de que a autonomia do Banco Central precisa ser vista igualmente sob a dimensão da dependência da burocracia estatal do mercado financeiro.

Para os autores, o recrutamento para a presidência e as diretorias do BACEN é uma demonstração da força política do mercado financeiro no Brasil, de forma que, a rigor, não há autonomia diante do mercado. Dentre os pontos interessantes da conversa, encontra-se a definição dos autores do mainstream econômico como sendo algo superior a uma corrente intelectual, correspondendo a uma verdadeira força social, assim como a chamada  captura cognitiva dos reguladores, assunto que é explorado também a partir da influência de diversos think tanks de “advocacy”.

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